Estudar a fisiologia da aprendizagem não foi algo muito valorizado

Estudar a fisiologia da aprendizagem não foi algo muito valorizado

Estudar a fisiologia da aprendizagem não foi algo muito valorizado, esse estudo só surgir após várias tentativas de inserir o aluno com dificuldade num ambiente igual para todos e usar recursos únicos para que ele aprendesse da mesma maneira de seus colegas. Um aspecto importantíssimo para a efetivação dos estudos da aprendizagem e do processo como ela se dava, foram as considerações neurais envolvidas. Segundo Ciasca (2003) o cérebro humano é um sistema complexo, que estabelece relações com o mundo que o rodeia. São duas as suas especificidades: a primeira é referente às vias que levam informação da periferia ao córtex informações provenientes do mundo exterior; a segunda diz respeito aos neurônios. São estas características que permitem determinar áreas motoras, sensoriais, auditivas, ópticas, olfativas, entre outras, estabelecendo noções exatas e ricas no aprendizado.
O aprender exige algumas funções básicas que devem estar presentes quando oportunidades de aprender são ofertadas, a dificuldade de aprendizagem muitas vezes chega sem explicação, cabe ao professor observar seu aluno e tentar entender o motivo da causa, ou seja, o professor observador poderá detectar se a dificuldade está envolvida pelo método de ensino ou por algum outro problema, seja ele de fator biológico, familiar ou até mesmo cultural.
O termo Distúrbio de Aprendizagem tem sido usado para indicar uma perturbação na aquisição e utilização de informações ou na habilidade para solução de problemas (VALLET, 1977), porém quando existe uma dificuldade no ato de aprender, há necessidade de modificar os padrões de aquisição, assimilação e transformação de ensino, interna ou externamente.
É interessante entender que alguns autores colocam a dificuldade de aprendizagem como distúrbio de aprendizagem, porém há uma diferença entre ambas, para Fonseca (1995) o distúrbio de aprendizagem está relacionado a um grupo de dificuldades específicas e pontuais, caracterizadas pela presença de uma disfunção neurológica, já a dificuldade de aprendizagem é um termo mais global e abrangente com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos pedagógicos, ao professor, aos métodos de ensino, ao ambiente físico e social da escola.
Ciasca e Rossini (2000) colocam que a dificuldade de aprendizagem é um déficit específico da atividade acadêmica, enquanto o distúrbio de aprendizagem é uma disfunção intrínseca da criança relacionada aos fatores neurológicos.
Para entender o que é realmente a dificuldade de aprendizagem é preciso antes, entender os pressupostos sobre a aprendizagem, segundo Tomasello (2003, p.5) “O incrível conjunto de habilidades cognitivas e de produtos manifestado pelos homens modernos é o resultado de algum tipo de modo ou modos de transmissão cultural únicos da espécie” . Acredita-se na transmissão da cultura de geração a geração, isso é nítido na espécie humana. Por isso é necessário que os homens tenham atitudes criativas sobre as invenções já existentes e a mais bela invenção que permeia há séculos é o ato de ensinar.
Considera-se que há basicamente três formas de ensinar ou mediar o conhecimento. São elas: por imitação, o indivíduo realiza a atividade a partir da observação de alguém; por instrução, o indivíduo é orientado por outra pessoa a adquirir o conhecimento e finalmente por colaboração, nesse caso o exercício de aprender se dá de maneira participativa, favorecendo ao aprendente a oportunidade de errar e fazer novamente.
Se o ato de aprender é sempre mediado por alguém, então todas as aprendizagens se devem à capacidade de cada ser humano compreender o seu semelhante como um ser igual a ele, com capacidade mental e intencional idênticas.

Essa compreensão dos outros como seres tão intencionais como si mesmos é crucial na aprendizagem cultural humana, porque os artefatos culturais e a prática social – prototipicamente exemplificados pelo uso de ferramentas e de símbolos lingüísticos – apontam, invariavelmente, para além deles mesmos (…). As ferramentas apontam para os problemas que elas foram feitas para resolver, e símbolos lingüísticos apontam para as situações comunicativas que eles se destinam a representar. Portanto, para aprender socialmente o uso convencional de uma ferramenta ou de um símbolo, as crianças têm de chegar a entender por que, para que fim exterior, a outra pessoa está usando a ferramenta ou o símbolo; ou seja, têm de chegar a entender o significado intencional do uso da ferramenta ou prática simbólica – “para que” serve o que “nós”, os usuários dessa ferramenta ou desse símbolo, fazemos com ela ou ele. (TOMASELLO,2003, ,p. 7)

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A teoria Vygostskyniana deixa parecer que as dificuldades de aprendizagem podem ser explicadas segundo a lei da dupla formação, cuja explicação é a partir do desenvolvimento dos indivíduos que qualquer que seja a função mental aparece duas vezes, primeira em nível social e depois em nível individual, o primeiro intrapessoal e o segundo interpessoal. Esclarecendo melhor, seria dizer que o aprendente primeiro recebe influências externas para depois internalizar o aprendizado adquirido.
Para a abordagem Psicopedagógica há necessidade de mostrar as dificuldades de aprendizagem, pois considera que elas levam ao fracasso escolar e isso não depende de uma única causa, apenas conhecê-las não será o bastante para resolver a questão. As dificuldades de aprendizagem são analisadas sob a dimensão plurifatorial, implicando em interdisciplinaridade, na medida em que várias áreas do saber oferecem conhecimentos indispensáveis para entender a aprendizagem humana, quando bem sucedida ou não.

… como arte do aprofundamento, com sentido de abrangência, para dar conta, ao mesmo tempo, da particularidade e da complexidade do real. Precisamente porque este intento é complexo, a interdisciplinaridade leva a reconhecer que é melhor quando praticada em grupo, somando qualitativamente as especialidades. (DEMO, 1997, p. 97-98).

Os múltiplos olhares da interdisciplinaridade não são suficientes para atender cada indivíduo com dificuldade de aprendizagem é bom que tenha boas relações dialógicas, escuta atenta e afetividade.
De acordo com Paín (1989), o sujeito é integral e integralizado em seu ambiente, ou seja, o processo de aprendizagem coincide com um momento histórico, um organismo, uma etapa genética da inteligência e um sujeito, o que implica na contribuição teórica do materialismo histórico, da epistemologia genética de Piaget e da psicanálise freudiana e que dizem respeito, à ideologia, à operatividade e ao inconsciente, respectivamente.
A mesma autora ainda considera que a não aprendizagem não é o reverso ou o oposto da aprendizagem e sim um processo diferente. A dificuldade para aprender é um sintoma com uma função positiva tão integrativa como a do aprender e que pode ser determinada por: fatores orgânicos, específicos, psicógenos e ambientais. Fernández (1991, p. 69) afirma que “a partir do estudo da patologia na aprendizagem, começam a ser encontrados os pontos de contato entre as duas teorias que tratam separadamente a inteligência por um lado, e o inconsciente por outro: a teoria de Piaget e a psicanálise.”
A aprendizagem e seus desvios podem compreender uma multiplicidade de fatores que, isoladamente considerados, empobrecem a compreensão das dificuldades e do sofrimento que gera para todos, aprendiz, família e educadores, sabe-se que algumas crianças renunciam ao seu saber e assume modalidades de aprendizagem totalmente diferente dos padrões já estabelecidos e tidos como certos, tais atitudes muitas vezes provocam os familiares e até mesmo o professor, a proibição ou o não entendimento do aprendiz que mudou de comportamento pode resultar negativamente em sua capacidade de desenvolver e na autoestima.

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